Ela passou por mim sem olhar. Aviso de tempestade com um mero casaco de smoking e pernas nuas. Compassos infindáveis que seguiríamos até aos confins do mundo. So sensual.

Quando ela passou, vi que todos ficaram paralisados. Petrificados. So escandalizados!

Divertida com a emoção que semeava no seu caminho, ela dirigiu-se diretamente para uma mesa, a dos seus guardacostas.

Determinada a prolongar o espetáculo, era o fogo insolente e alucinante. Guardei desta mulher uma recordação que se torna obcecante: o seu perfume, So Scandal! de Jean Paul Gaultier.

O FRASCO

Um plissado desplissado lânguido, ancas redondas sob uma cintura de vespa e pernas às avessas. Um escândalo feito à mão. Nas suas veias corre uma seiva rosa, a de uma fruta perigosamente irresistível. Da visão ao toque, este frasco é o cenário de uma história que se escreve até ao fim da noite. Agitação e calafrios garantidos.

A EMBALAGEM

Tem a cor de um grande vinho, um framboesa intenso, quase bordô. Uma cor so aveludada. Uma cor noturna so alta-costura, devorada pela luz de dois nomes: So Scandal! de Jean Paul Gaultier. Está visto que está mesmo a pedir para explodir como uma rolha de champanhe!

A FRAGRÂNCIA

É a quintessência do escândalo. A flor de laranjeira so luminosa, o jasmim-árabe so opulento e a tuberosa so empoada: em suma, três flores brancas com uma aparente doçura angelical. E pumba! Transformam-se numa bomba ultrassensual! Rosada pela framboesa suculenta, uma deliciosa nota láctea com ascendência sensual aciona o seu detonador carnal. Um afrodisíaco, uma arma fatal quase erótica.